A saúde e o bem-estar são temas de extrema relevância para a crescente comunidade de brasileiros vivendo na Europa, que em 2024 enfrenta novos desafios e oportunidades nesse setor. Nos últimos anos, a União Europeia (UE) tem intensificado esforços para fortalecer os sistemas de saúde e promover políticas mais inclusivas. Isso afeta diretamente brasileiros que residem ou planejam se mudar para o continente, especialmente quando consideramos as questões de saúde pública e bem-estar mental, exacerbadas pela pandemia de COVID-19.
Acesso à saúde para brasileiros na Europa
Um dos principais desafios enfrentados pelos brasileiros que residem na Europa é o acesso ao sistema de saúde público de qualidade. Embora a maioria dos países da União Europeia possua sistemas de saúde bem estabelecidos, a burocracia e a falta de conhecimento sobre os direitos e deveres podem ser barreiras para estrangeiros. Desde 2020, a UE adotou a Estratégia para uma União Europeia da Saúde, que visa melhorar o acesso equitativo aos cuidados médicos e fortalecer as medidas de segurança sanitária para prevenir futuras crises, como a enfrentada durante a pandemia.
Em 2024, essa política continua a evoluir, destacando a equidade no acesso aos serviços de saúde, incluindo medicamentos a preços acessíveis e a digitalização dos serviços médicos, o que traz novos horizontes para residentes brasileiros que podem, por exemplo, fazer consultas online e acessar prescrições digitalmente.
Saúde mental em alta na agenda europeia
A saúde mental tem sido outro foco importante na Europa, com iniciativas recentes que buscam integrar a saúde mental aos cuidados gerais. Em 2024, há um esforço ainda maior para combater transtornos como ansiedade e depressão, que são questões significativas também para a comunidade brasileira expatriada. De acordo com dados recentes da OMS, os transtornos mentais são uma das principais causas de incapacitação global, e a promoção do bem-estar mental tornou-se essencial nas políticas de saúde pública europeias. No entanto, a fragmentação nos serviços digitais de saúde mental ainda é um desafio, com muitos aplicativos e ferramentas não se comunicando adequadamente entre si, dificultando uma abordagem mais coesa e personalizada do bem-estar.
Para brasileiros que vivem na Europa, muitas vezes longe de suas redes de apoio familiares, iniciativas como essas são fundamentais. O uso de aplicativos de saúde mental e bem-estar tem crescido, e embora a adoção na Europa ainda esteja abaixo de outras regiões como a China e a Índia, espera-se que até o final de 2024 mais europeus e estrangeiros residentes recorram a essas tecnologias.
Tecnologia e saúde digital: a transformação dos cuidados
Um dos avanços mais notáveis no setor de saúde em 2024 é o uso crescente da tecnologia digital. A digitalização dos serviços de saúde, incluindo prontuários eletrônicos, consultas por telemedicina e apps de monitoramento de saúde, está transformando a forma como os cuidados são prestados. Para brasileiros na Europa, isso significa maior comodidade no acesso a especialistas, principalmente para aqueles que vivem em áreas mais afastadas dos grandes centros urbanos.
De acordo com especialistas do setor, aplicativos de saúde e bem-estar têm desempenhado um papel crucial na personalização dos cuidados de saúde. Em 2024, já existem mais de 400 mil aplicativos de saúde no mercado global, mas a adoção desses sistemas na Europa ainda é relativamente baixa. No entanto, à medida que a demanda por soluções digitais cresce, essa tendência deve aumentar consideravelmente, facilitando o acesso a diagnósticos e tratamentos preventivos para brasileiros vivendo no continente.
Prevenção e promoção de saúde: foco nas doenças não transmissíveis
Além da saúde mental e do acesso digital à saúde, a prevenção de doenças não transmissíveis, como problemas cardiovasculares, diabetes e câncer, está no centro das preocupações das políticas de saúde na Europa. Dados recentes mostram que essas doenças são responsáveis por grande parte das mortes prematuras no mundo, especialmente em países de baixa e média renda, onde se incluem muitos brasileiros.
A União Europeia tem priorizado campanhas de prevenção e promoção de saúde, com foco em hábitos saudáveis, alimentação adequada e exercícios físicos. Programas voltados para a redução da obesidade infantil e para a promoção de um estilo de vida ativo são parte dessa estratégia. Para os brasileiros que se adaptam à vida no exterior, essas campanhas são oportunidades para adotar ou manter hábitos mais saudáveis, muitas vezes aproveitando as excelentes infraestruturas urbanas europeias, como ciclovias e parques.
Integração e equidade: a busca por um sistema de saúde justo
A igualdade no acesso aos serviços de saúde continua a ser um dos maiores desafios para os governos europeus. Em 2024, a UE trabalha para garantir que todos os residentes, incluindo imigrantes, tenham acesso a cuidados de saúde de qualidade. No entanto, fatores sociais, econômicos e até mesmo culturais podem dificultar o acesso de brasileiros e outros estrangeiros a esses serviços.
Nesse sentido, é essencial que os brasileiros residentes na Europa se mantenham informados sobre seus direitos e sobre os recursos disponíveis para garantir o acesso aos cuidados de saúde necessários. Com o aumento da demanda por cuidados de saúde, é cada vez mais importante que as autoridades locais e os próprios cidadãos trabalhem em conjunto para superar as barreiras de acesso e garantir que todos possam usufruir dos benefícios de um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente.
Conclusão: desafios e oportunidades em 2024
O ano de 2024 marca um ponto crucial para a saúde e o bem-estar dos brasileiros que vivem na Europa. As mudanças nas políticas de saúde, o avanço da digitalização e o foco na equidade trazem novas oportunidades para melhorar a qualidade de vida. No entanto, desafios como a integração dos sistemas de saúde digital e o combate a doenças não transmissíveis continuam a exigir atenção. Para a comunidade brasileira, manter-se bem informado e ativo nas discussões sobre saúde pública é crucial para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pelas políticas de saúde europeias.
